terça-feira, 30 de junho de 2009

Magnetismo

"Não te tenho mas ao mesmo tempo já não vivo sem te ter.
Ao som da tua voz, o meu corpo vibra, vira instrumento musical e é tocado ao teu compasso.
Torna-se impossível a sanidade comum quando te aproximas. Tens esse efeito em mim. Tu sabes. Não posso mais esconder no que me tornas porque eu própria não consigo conter a minha felicidade quando me abraças ou sorris para mim.
Pareçe que voltei aos tempos de criança que se achava conhecedora de grande parte dos sentimentos humanos e me apaixonava por ti em cada dia, mesmo que tu nem soubesses o meu nome.
No primeiro dia em que falámos, parecia um sonho tornado realidade. Ainda que a nossa história tivesse começado no tempo errado, era impossível conter esta onda, esta maré de emoções que assolavam até mesmo quando só passavamos horas a fazer caretas um ao outro.
Parte da magia residia na nossa estranha relação mantida secretamente, visível aos olhos de todos.
Era inegável. A atracção residia na teoria do magnetismo, os opostos atraem-se."

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Manhã

O sol brilha lá fora. São horas de acordar.
Não me apetece nada. E se ficasse mais dois minutos na cama?
A mãe vai-se chatear comigo.
Consigo ouvi-la, os seus passos a percorrerem a casa. Apressada tenta acordar de novo a minha irmã.
Só mais um minuto...

"LEONOR!"

Pronto, foi o toque final.Arrasto-me para a casa-de-banho cheia de vapor. A mãe queixa-se da humidade e olha para o tecto como se isso pudesse alterar a mancha escura que começa a surgir. Não me preocupo muito.

Ai! Alguém está a mexer na água! Aposto que é a minha irmã! Argh, que frio.
E agora, o que vestir?
"Demasiado rosa, demasiado decotado, demasiado farfalhudo" e a este ritmo, a pilha de roupa amontoava-se em cima da cama.

"LEONOR!"
UPS, já estou atrasada!

Enfio toda a roupa, à pressa, no armário. Pode ser que a mãe não note. Acho que calçei as meias do avesso.
Se me despachar ainda consigo ir buscar aquele livro à biblioteca antes que desapareça outra vez.
Enquanto divago sobre a literatura francesa ouço o apitar do carro.

Ai! Onde estão os meus óculos?
Que stress. Vou perguntar ao professor de Biologia se há alguma coisa para convencer a minha mãe a relaxar de manhã. Era uma grande ajuda.

"LEONOR!"
"Já vou mãe, já vou."

domingo, 14 de junho de 2009

Escuteiros

Hoje foi apenas mais um dia de Promessas.
Tenho orgulho nos meus Pioneiros e tenho orgulho de fazer parte desse Grupo.

Cantámos com alma. É com eles que posso contar.
E especialmente contigo, Sabes bem que sem ti já não há vida porque não conheço Vida sem ser contigo. Em cada passo meu, tu estiveste lá. Foste o meu ombro amigo, as minhas lágrimas e o motor dos meus risos intermináveis.
Quando eramos pequeninos, passeavamos de mão dada.
Hoje em dia, eu não cresci muito mais, mas tu estás enorme. No entanto, continuamos a ser confundidos com os casais de namorados que muitas vezes não têm metade da nossa cumplicidade.
Partilhamos o mesmo saco-cama nos escuteiros e já não há vergonha ou embaraço nas nossas conversas.
Não somos perfeitos. Mas também ninguém o é. Discutimos como qualquer adolescente se bem que às vezes assumimos a pose do irmão ou irmã mais velha e confortamo-nos mutuamente.
É a ti que digo : " Amo-te " todos os dias e te dou o abraço mais apertado.
És insubstituível. És meu.
Um dia declamo-te um poema e vamos à praia de mãos dadas.
Joana e Tiago, eu e tu, somos um, Sempre. Aqui, Lá, em qualquer lugar, em qualquer tempo.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Disney

No outro dia um amigo meu disse-me:

"Já não há filmes da Disney como quando eramos crianças; Já não histórias de amor para Sempre"

Cada vez tenho mais a certeza que o cinema retrata a realidade. ;)


Quero que chegue o Verão para me metamorfizar, ver as minhas pernas a tranformarem-se em barbatana e ser Sereia de novo.

Vou procurar o meu ERIC e fazer uma festa de arromba no fundo do Mar.

Thinking of you

Comparisons are easily done once you've had a taste of perfection
Katy Perry


Love Songs

Acho que cada vez mais concordo com o NE-YO

"And I'm so sick of love songs " -.-'

Juro que ando.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dá-me



Dá-me.

Dá-me apenas um segundo.

Esquece o que te envolve – as guerras internas, externas; as falhas e a morte de tudo o que é vida.

Pára, senta-te e sente. Ouve as vozes à tua volta – nada é mais banal do que o burburinho inquieto daqueles cuja despreocupação marca o quotidiano, juntamente com toda a rapidez com que se respira este ar impregnado de falta de tempo para os que amamos; e nem sempre prestamos atenção suficiente para nos aperceber do que se passa ao redor da nossa egoísta perspectiva.

Por isso te digo, mais uma vez, junta-te a mim.

O ar que nos envolve, saturado com a dúvida dos homens tristes. Já não ouvimos o riso da criança. A irracionalidade supera o racional de tal forma que todos os segundos de atenção que podíamos dar aos outros são absorvidos num remoinho de egocentrismo. Redime-te e ouve-me.
Bebe o teu café, age naturalmente. Ninguém se vai aperceber do teu nervosismo ou incómodo por estares sentado a conversar com uma mulher como eu. Sei que mexo contigo. Sou tudo aquilo que um dia desejaste ter e não consegues alcançar porque não abres mão ou não dás a oportunidade a ti mesmo de esquecer tudo o resto e seguir o que te faz verdadeiramente feliz.

O que mais te assusta é teres a plena consciência de que nada vai mudar se não deres o primeiro passo.

Ainda respiro, ainda me apercebo do calor da tua pele e do teu perfume que me faz arrepiar como se fosse a nossa última noite num quarto de hotel.Apercebe-te de que não já não estamos sozinhos na segurança de uma sala fechada e que todos os medos não saltaram a vista porque ninguém mais se importa. Ninguém é como eu – que sonha e faz por ser ouvida; que grita bem alto até os pulmões rebentarem de dor e as lágrimas secarem e não escorrerem mais pelo meu rosto.

Mas não aqui; demasiada exposição. No entanto não sei se alguém prestaria atenção a um casal como nós. Passamos despercebidos; as minhas olheiras, fruto de horas de sono perdidas, embrenhada nos meus desejos últimos por ti, escondidas debaixo de uns óculos de sol.
Ansiei por ti noites e dias. Morri e nasci de novo na esperança de te fazer voltar para mim. Recusei todos aqueles que vieram ao meu encontro para que pudesse desfrutar por um segundo da tua companhia, para que te sentasses e me ouvisses com atenção.

Choquei-te?
Não mais do que tu me chocaste. Acreditei nas mais belas palavras de amor. Agora é de novo o silêncio.

Onde estão as flores no tabuleiro do pequeno-almoço? Os gestos de amor eterno, desvaneceram, foram insignificantes no momento que abri a gaveta e descobri todas as cartas apaixonadas que não me eram endereçadas.
As palavras escritas foram a total constatação do porquê de já não receber um último beijo de manhã.

Como pudeste? Enganar-me deliberadamente, escondendo-te no teu sorriso perfeito que tantas vezes me derreteu e agora congela o meu coração por saber que já não é verdadeiro.

Não percebes que é por isso que aqui estou?
Porque não abres essa boca e me contas ? Não me obrigues a confrontar tudo de novo. Deixa-me ter ainda uma réstia de esperança de que tudo isto seja falso.

Mas não.
Continuas com o teu café, falas de uma forma trivial como se o meu perfume já não te incomodasse mais e a minha falta de maquilhagem não te relembrasse as tardes na praia em que percorrias o meu corpo com sabor a mar com os teus lábios e me dizias ao ouvido: “És tão simples, tão bonita”.

Tudo o que era verdadeiramente essencial na nossa vida tornou-se dispensável e não vejo qualquer justiça nisso.
Já não aguento por muito mais tempo.

Basta.

Para onde foi a sinceridade que te caracterizava? As horas que passámos, deitados no sofá relatando o nosso dia.
Cada pequeno ritual que me fez amar-te mais e mais. Agora nada mais a que me agarrar.
Eu podia ter feito estátuas de chuva, muros de fogo. Podia ter saltado dos pontos mais altos se isso te fizesse feliz.
E o que é que tu fizeste? Conservaste-me e ao mesmo tempo construías um mundo novo. Não pensas-te nas consequências nem nos sonhos desfeitos.

O que é o Sonho afinal? Sei que não é ver-te aqui, sentado a olhar para mim na esperança que termine o meu café e saia pela porta fora sem mais uma palavra, sem olhar para trás.
Nem um som; para quê desperdiçar o silêncio?

Diz o que precisas de dizer: que foste um inútil, um fraco que não distinguiu o desejo do amor: o verdadeiro sentimento que faz bater dois corações em uníssono. Acho que esqueceste, não te convinha saber que és o causador das minhas noites perdidas e dos meus desejos de desaparecer.

Apagaste da memória? Eu vou fazer o mesmo.

Levanto-me, pago a despesa.
Não te dou nem mais um segundo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Aulas e romances.

Acabei por não vestir nem uma coisa nem outra.Vi-me presa num sonho patético que, mais uma vez, me ia fazendo perder o autocarro.Já estou farta de aulas.
Por uma razão estúpida só vão acabar dia 19 e nós aqui, desejosos de dias de Verão (mas daqueles solarengos, quentinhos, com sabor a praia, não são estes cheios de chuva molha-tolos e brechas de sol fraquejante).


Já não me lembro da sensação de um Verão assim. O ano passado só queria que as aulas começassem (parece que nunca temos o que queremos no tempo ou espaço certo), e ter alguma coisa com que ocupar a minha cabeça que não fosse ex-namorado e um romance meio esquisito no qual me via tão embrenhada e ao mesmo tempo tão distante. A sensação de dizer "amo-te" a outra pessoa era torturante. Não achava justo comparar sentimentos incomparáveis e enganar-me a mim mesma e aos outros sobre o que verdadeiramente sentia: falta, muita falta de um abraço dele, um carinho, uma brincadeira infantil que muitas vezes, na minha sensibilidade aguçada e exagerada, gerava pequenos conflitos que rapidamente se transformavam em beijos de reconciliação e juras de amor eterno.
Uma palavra complicada : "eterno".

Quase nos faz acreditar que vamos viver para Sempre aquele sentimento cheio de controvérsias tão graves, em que o bom supera o mal e já não existe mais nada a nossa volta que não seja "Eu e Ele". Já não há contos de fadas para as princesas do século XXI. As bruxas e os feitiços são tantos que se torna difícil ver cavaleiros de carne e osso expostos à luz do dia sem a protecção e vigilância constante de quem o agarrou primeiro.

Não tenho essa tendência. Acredito na necessidade de espaço de cada envolvido em todos os tipos de relações. Não há nada mais sofucante que um namorado possessivo. Ou então nada mais desgastante que um desinteressado. Há que existir um balanço, um equilíbrio para que tudo resulte.

Nunca me entreguei a 100% a nenhum dos rapazes com que me envolvi "rotineiramente". Os únicos em que onde não escondi nada foram precisamente aqueles em que o momento era fugaz e não havia a certeza de um próximo beijo.
Jamais esqueci o minha primeira grande paixão. Depois de 5 anos nesta vida de de amores inconcluidos e desenganos, há um Homem que,por muitos que conheça e me que julgue apaixonada, ninguém consegue superar.

O seu beijo foi algo que me aqueceu como o Verão que tanto desejo. Guardo o primeiro como se de uma pedra preciosa se tratasse e não consigo esquecer toda a magia que me envolveu nele nesse momento - não havia maldade, apenas a urgência de tal como eu, encontrar o encanto que ouvimos um dia contar, numa noite junto à fogueira.
Envolveu-me com o seu sorriso característico e no dia seguinte partiu com as lágrimas que partilhávamos. Sabíamos que ia ser para sempre. A ligação era inegável e parecia que tínhamos razão.

Acho que depois de tanto tempo, posso afirmar que registei cada momento como se de uma fotografia se tratasse. O indescritível é a metáfora que nos uniu. Foi química, romance, amizade, desejo – tudo combinado. Foi mais do que qualquer coisa que alguma vez tenha sentido. Foi o único por quem eu verdadeiramente sofri. E não de uma forma banal. Sofro quando não posso dizer tudo o que tenho cá dentro.

Acho que iria fazer muito mais sentido.

Posso dizer que já caminho com ele há mais tempo do que alguma vez sonhei. Parece que foram dias e não anos. O tempo tornou-se relativo a partir do segundo (ou terão sido dias?) de que o meu coração começou a bater num compasso acelerado cada vez que ele estava a meu lado.
Nunca estive assim com outro alguém.
Não acho que se possa sentir tudo isto com mais de uma pessoa – não desta forma em que todo o meu corpo treme quando me tocas no cabelo e me lembras que temos de dar tempo ao tempo. É nisso que acredito. Que um dia vou ser feliz; feliz com ele.
A felicidade pura não poderá existir de outra maneira.
Tudo isto para dizer que sou uma apaixonada. Não da forma normal. Não posso dizer que o amor que sinto por ele é algo que seja concebível. É necessária a lógica do encontro e da presença e essa é a lacuna que nenhum dos dois consegue preencher.

Adiante, deixemos as lamechices e voltemos ao tema inicial:

Acho ridículo a obrigatoriedade de mais duas semanas de aulas, ainda por cima tendo dois feriados esta semana.
Gente louca, esta gente.

domingo, 7 de junho de 2009

(Re)Começar


Há uns tempos atrás eu escrevia num blog.

Desisti por vária razões. A minha inspiração evaporava há medida em que descobria os "podres" das circunstâncias que me rodeavam.


Gosto de escrever. Não tenho um motivo concreto para isso. Ás vezes, quando estou sozinha no escurro, vem um súbito desejo de escrever, vindo não sei de onde e não sei porque. Pareçe um bichinho que me desce pelo braço, liga a luz do candeeiro que não combina com o resto do quarto, pega na caneta já habituada a estas ocasiões e procura um caderno vermelho que costuma servir para estas coisas.

Crio estas rotinas com facilidade porque odeio o conceito de rotina. Quando eu não era a "Joana" era a Joana e [ponto] . A regularidade e monotonia dos dias era algo que me permitia estar segura, bem segura dentro de uma carapaça que eu julgava inquebrável.

Depois de destruída a carapaça (e a auto-estima) entreguei-me à luta de a voltar a construir, como quem cola pedacinhos de vidro tal e qual aqueles artistas que fazem os vitrais. Maravilhosos não são?


Eu acredito que sim mas exigem tanta, mas tanta paciência e dedicação (e paciência era uma coisa que eu não tinha muita, pelo menos para mim). Rendi-me aos encantos da "colagem" e procurei alguns dos "artistas" mais geniais de sempre. Assim que os encontrei agarrei-me à sua sabedoria, amizade, entrega, riso e todos aqueles detalhes que fazem de um homem ou de uma mulher alguém único neste planeta.


Tudo isto para dizer que vou voltar a escrever um blog. Pode ser que me volte a apaixonar pelas palavras três vezes ao dia, todos os dias. Criar novas rotinas para depois aprender a lidar com elas e torná-las numa parte do leque de escolhas, como se de uma caixinha de "rotinas" se tratasse e quando me levantar, estender a mão e procurar a que mais me agrada e combinar depois com o meu vestido ou então "sweatshirt".


Não me decido entre eles. O que visto amanhã?