quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Areia

Continuo na esperança de te voltar a ter nos meus braços, ainda que tu sejas areia de praia.

Foges, escapas pelos meus dedos e voltas de novo ao mar, onde te sentes seguro, onde não te envolves a não ser com o frio e esperas congelar e esquecer.
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Eu congelei mas não esqueci.
Sabes aquela sensação de areia no corpo, incomodativa, persistente e que nos faz desejar um longo banho de espuma depois das loucuras de Verão na praia, de rebolar pelas dunas fazendo amor sem regras?

Eu sinto isso.
Incomodas, arranhas, magoas.
Corrompes, destróis, castras a vontade de sorrir de novo.
Acho que apenas anseio por ter a àgua a correr pelo meu corpo, aquele que já tiveste nas tuas mãos, enconstado a ti durante horas, por onde passaste os teus lábios e fez brilhar os teus olhos.
Quero que àgua quente, antítese de oceano, me lave e te leve.
De vez, por fora e por dentro.

Se não me queres, para quê guardar as memórias?