quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ama-te

É simples.
Não têm muito que saber.
Amas-te e, depois, amas-me.

Vive para ti, pensa em ti, descobre-te
Descobre o que gostas, porque gostas
E, como gostas de ti próprio.

Ganha confiança em ti, ri-te, cresce.
Aproveita os momentos que partilhas contigo,
Vê o que tens de bom para me dar.

Compreende as tuas próprias razões,
Mima-te, dança sozinho, adormece a pensar em ti,
Guarda segredos teus e sente o teu próprio toque.

Ama-te para, depois, me amares.
Para saberes quais são os meus motivos.
Para descobrires o que me prende a ti.

Porque eu vivo assim, descobrindo o bom e o mau.
O que tens para me dar, o que é só teu mas partilhável
O que te faz sorrir e o que te faz ficar triste.

A loucura das beijos e a doçura dos carinhos,
O riso sem controlo, a atenção aos pormenores,
O interesse pelo que faço, a alegria que me trazes

Eu aprendi a querer ser feliz e, depois, descobrir a felicidade
A viver a minha vida e, depois, querer uma vida contigo,
A amar-me, amar-te e, depois, amar-nos.
E agora?
É simples.
Mas serás capaz?

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ilusão

"Acabou."

Ela já o sabia há muito tempo mas vivia na ilusão de uma sonhadora.

Lutar era inútil, comparável a uma batalha entre os destreinados camponeses e os cavaleiros de renome.

Perdera e sentia-se perdida. As feridas já estavam tão abertas, os cortes tão profundos que nem mesmo o mais poderoso guerreiro podia aguentar as dores que causavam.
E ela era apenas uma mulher com o coração cravado de cicatrizes que julgava esquecidas nas malhas do tempo mas que agora abriam viciosamente graças ao que ele a fizera passar de novo.
Toda a inconstância e dúvida haviam desfeito a muralha que ambos tinham construído no coração de Raquel. Era simplesmente demasiado peso para conseguir aguentar.

Não que ela fosse uma boneca de porcelana, frágil e intocável. Apesar do seu metro e cinquenta e cinco e corpo de menina, o seu intelecto superava as "barbies" que se pavoneavam pelos caminhos e o seu coração tinha espaço para cada um dos seus amantes mesmo que pertencentes ao passado ou apenas aqueles que a amavam como mãe ou irmã.

No entanto, Raq chegara ao limite, rebentou a escala.
O amor que sentia por ele estava lá, palpitante, latente, a ferver em cada milimetro do seu corpo mas era escusado.
Ela não passaria por mais uma chacina.

Para quê?

Haviam dezenas de homens que a desejavam, que a queriam amar e carregá-la ao colo para as suas camas.
Porquê ficar presa a Filipe que não a valorizava, que não queria o que ela tinha para dar apenas devido a um medo ilusório sem motivo aparente?

Raquel dar-lhe-ia o mundo, o mar, a lua se ele lhe pedisse porque vivia por ele.
Sonhos desfeitos pelo mínimo da lógica e o expoente máximo do ridículo.


"CHEGA!!!
Basta.
Acabou. Mentaliza-te R, é melhor assim" - disse para si própria.

Nas mãos delicadas, apenas os cortes, o sangue, o vinho derramado e o restos de vidro de um copo partido pela raiva de ter perdido o homem que amava.

Coração

Tenho em ti o melhor do Mundo, o melhor amor-amizade.
Quero-te, ao som das últimas badaladas, bem perto de mim, num abraço apertado.
Amo-te C.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Natal (I)

Era Natal.
O som da porta a bater era o último que se recordava.

A discussão civilizada, respeitosa, que levava em consideração os sentimentos dele que a destruíam, era torturante.

No entanto, ela fazia-o.
Fechava-se em copas, vestia a armadura invisível e ouvia cada palavra.

Não era suposto correr assim. Aquele dia devia ter sido de tréguas, de olhares carinhosos trocados ao som da música doce que tocava no gira-discos, que ela tinha descoberto com o seu jeito curioso, numa loja em segunda-mão, que um dia o tinha feito apaixonar por ela.

O ambiente era perfeito.
Até o tradicional visco pendurado se mostrava graças às brincadeiras com as crianças do dia anterior.

Podia ter tudo sido e ainda assim nada foi.

Podia ter sido real e ainda assim ele optou por agarrar o que antes o havia magoado, em vez de, partir para um sonho, longe do somente imaginado, com a mulher que agora se deitava no sofá de cabedal castanho, de vestido de lã branca e deixava as lágrimas cair uma a uma, pensando no quanto gostava dele e desejando que ele estivesse ali.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Neve

Durante muitos anos a música que ela ouvia no Natal era 'All I want for Christmas is you' e todas as vezes a associava a alguém especial, como se de uma brincadeira se tratasse.
Esta época do ano não significava muito para ela desde que a sua família se havia desmoronado e, no entanto, aquele som natalício comercial fazia-a sempre dançar à volta da árvore cuidadosamente enfeitada.

Este ano ela pensava nele, na vontade que tinha de o abraçar, de o beijar, de lhe dizer o quanto ele significava. Mas estava condicionada pela atitude dele. A sua inconstante presença e vontade de estar com ela destruiam-na.

Não queria um amigo como todos os outros que sentiam a sua falta, pensavam muito nela e a amizade era o ponto de partida e chegada.

Ela queria um Homem, com quem pudesse contar, partilhar, rir, dividir sonhos e objectivos para o ano seguinte. Alguém que a fizesse sentir amada como uma mulher e não como uma irmã.

Disso estava ela farta, não era essa a prenda que queria.

'Chega.' - pensou enquanto pendurava o último enfeite, - 'Sou melhor que isto. Se ele não sabe o que tem nas mãos, então não merece o que sinto.'

Terminou o seu eggnog, olhou pela janela e adormeceu vendo a neve cair.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Anúncio: Principe, procura-se

Procura-se principe encantado que faça uma mulher de feitio docemente e perfeitamente complicado, feliz, e com as seguintes caracteristicas:


Deve ser a pessoa certa, ou seja, não é a mais inteligente, a que nos escreve os mais belos bilhetes de amor, a que nos jura a eternidade, "nem a que se muda para nossa casa ao fim de três semanas e planeia viagens idílicas ao outro lado do mundo."

Deve querer ficar com ela de forma tão simples quanto isto, ficar.
Às vezes demasiado simples para as pessoas perceberem.

Deve ouvir com o coração porque se querem habituar ao som da sua voz e entra no coração bem devagar, respeitando o cada pedaço da história dela.

Deve ser timido, suave precavendo-se para terem a certeza que não se vão enganar.

Deve proteger, cubrindo-a do frio nas noites de Inverno, levando-a a casa quando chove e afastando-se se tiver algo que a possa por em risco, ainda que a vontade seja enche-la de beijos, coisa que não deve fazer pois tudo deve ser na medida e proporção certa.
Deve ouvi-la falar sem parar mesmo do desagradável.
Deve escutar as palavras de sabedoria e ter também a sua experiência para partilhar.

Deve ter paciência, muita paciência para poder aturar as birras matinais e vespertinas, os ciúmes saudáveis e a tendência feminina de chamar à atenção.

Deve envolve-la com um sorriso, apertá-la com um abraço sempre que as suas lágrimas correm pelo rosto dela.
Deve ser o causador de noites de sono perdidas e ficar, também ele, desperto a pensar nela.

Deve saber cozinhar o básico, mas ser o mestre dos ovos mexidos.
Deve saber alguns conhecimentos de mecânica mas não os suficientes para deixar o carro a funcionar quando este avaria no caminho para casa.

Deve amá-la com respeito, beijá-la com paixão.
Deve sentir-se tentado quando está nos braços dela.

"E como o melhor de estar vivo é saber que tudo muda, um dia muda tudo e ele aparece. Depois, é só deixa-lo ficar um dia atrás do outro... e se for mesmo ele, fica. "

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

When a woman loves a man



Quando o sentimento é incontrolável as acções passam a ser réplicas exactas do e, cair na tentanção é mais fácil ainda.

Mesmo que isto seja errado, ao menos as memórias ficam guardadas, tal e qual diamante, pérola ou um bilhete apaixonado, com o maior carinho.
Desculpa se sou apenas mais uma louca que quer fechar o coração e não encontra a chave que tu roubaste.

Por favor, lembra-te que 'quando um homem ama uma mulher não consegue pensar em mais nada'.

Não sintas a minha falta;

Apenas perdoa-me os actos irreflectidos de amante e relembra os gestos de amizade.

Só isso importa agora.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Home

Quero ir para casa.
Talvez esteja rodeada por um milhão de pessoas,
De totas as cores, formas e feitios.
Talvez esteja rodeada por um milhão de homens
que sentem um arrepio quando me vêem.
Mas ainda assim sinto-me sozinha,
Isto não está certo.
Sinto-me sozinha.

Quero ir para casa!
Ainda me sinto sozinha,
Sinto a tua falta.
E tenho mantido todas as cartas que te escrevi,
Guardadas, escondidas.
Algumas apenas meia dúzia de palavras
Algumas nem são boas o suficiente,

O que me resta?
Apenas eu e o Inverno,
E eu quero ir para casa.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Frio

Está frio cá fora.
Aperto os livros contra o corpo.
Procuro-te com o olhar.
Estás perto, sei que também me ves.
O que estarás a pensar?
E agora?
Ela amou-te primeiro, mas eu amo-te melhor.
Com mais segurança, sem te deixar cair, sem nunca te exigir nada.
Tu desististe; será que devo fazer o mesmo?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Overdose

"Sentir-te ter uma overdose de emoções e não conseguir ser o antídoto forte que te cura, que te traz para mim, é destruidor.
Tu lembras-te de cada pormenor;
Desde a tonalidade exacta dos meus olhos castanhos à pulseira colorida que trago no pulso direito em sinal de amor à minha irmã.
Descobriste em mim o que eu descobri em ti : um porto seguro.
Vivia por isso, cada dia era apenas mais um passo na nossa amizade feita desejo, feita amor.
Nunca pensei que as coisas chegassem a este ponto. Não ao momento em que eu digo: " É melhor dar um, dois, três, vinte passos atrás. Afastar-me do teu toque viciante, da tua boca que me consome, do teu brilho no olhar quando sabes que isto está certo."
Como é que eu posso ter-te e não te ter? Se tenho dentro de mim, bem preso, bem colado e, depois, foges no meu abraço que não foi apertado o suficiente e refugiaste nas tuas dúvidas.
Eu cresci contigo e tu perdeste a força em nós.
E se eu te dissesse que isto está apenas a começar? Que eu ainda carrego a esperança de um dia te voltar a ouvir dizer que me queres?
Não preciso de te prender, as amarras não são necessárias quando se sabe gostar.
Por favor, não te assustes. não te vou desapontar.
Respeito cada decisão tua mas eu quero tentar, quero acreditar, quero construir algo contigo, quero ser tua sem pressões, sem forçar mas com uma força enorme, daquela que vêm de dentro.
Não consigo viver sem ti. Mas conseguirei viver, contigo, mesmo não te tendo?
Sou obrigada a descobrir."

domingo, 13 de dezembro de 2009

Sweet dream or a beautiful nightmare

Se estivessemos felizes, eu diria-te que sonhei contigo, com os nossos corpos colados, gritando, desejando, matando por mais.
Mas só depois acordei, num pânico louco, característico dos nossos momentos, tendo ainda a memória do sabor do teu beijo quente.

E, agora, com o frio da madrugada, ele desvanece e dá lugar ao salgado das minhas lágrimas carregadas do pressentimento de que não te vou ter de novo nos meus braços.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Palavras soltas

"vê, admira, impressiona, conhece, ri, sonha, beija, sonha, ri, beija de novo, partilha, passeia, instala, almoça, toca, arrisca, sorri, estuda, divide, dá a mão, dá um abraço, olha nos olhos, foge, sai, dança, desperta, enlouquece, faz enlouquecer, pára, sente, pára outra vez, ama, ama em dobro, ama em triplo, sente insegurança, sente confiança, tem febre, fica bom, sê feliz, faz feliz, magoa, chora, volta, fica, confia, ama.

Pra mim, comigo, em mim, -me
Pra ti , contigo, em ti, -te
Porque eu quero para nós, connosco, em nós, -nos.

Broken

"Acabou por ser um sonho desfeito pelo mínimo da lógica e pelo máximo do ridículo."

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Bilhete

"Carrego-te no meu íntimo, sabendo que vamos cumprir as promessas que fizemos um ao outro.
O teu olhar é o mais doce, o mais sincero, assim como todas as tuas palavras e gestos de carinho.
Levo-te comigo para onde quer que eu vá porque tu, sem forçar, entraste devagarinho na minha gaveta, aquela que eu tinha bem fechada dentro de mim e cuja chave eu julgava perdida.
Mas tu decidiste que ias mandar abaixo a fechadura, trazer uma chave nova e guardá-la contigo.
Não te impeço. Fazes-me feliz e a felicidade que sinto é aquela bem verdadeira, bem sincera, bem pura, onde as interferências não são possíveis pois nós construímos a nossa própria fortaleza baseada na amizade e respeito, no desejo e carinho, nas castanhas quentinhas da Baixa de Coimbra e a chuva da madrugada no rosto.

Eu adoro-te e, pela primeira vez em muito tempo, sei que vai dar certo.
Ficas comigo?"

sábado, 5 de dezembro de 2009

Te quiero

Quero-te já.
Quando nos sonhos caminhamos de mão dada
por ruas onde não nos reconhecem, eu quero-te.
À média-luz, e, como amantes damos beijos escondidos
que fazem o meu coração disparar, eu quero-te.
Quando sorrio e vês em em mim um brilho especial,
mesmo sabendo que não me pertences, eu quero-te.Justificar completamente
Quando me orgulho e desaponto, fraquejo e fortaleço,
fujo e me entrego, seduzo e me deixo seduzir, eu quero-te.
Tão perto e longe, tal qual areia que escorrega por entre as mãos,
tu fugiste para o irreal e ainda assim, quero-te já.

E não é na realidade que te amo e que te quero,
mas sim nos sonhos onde me agarras com força,
me chamas à razão.
Sei que não te mereço nem ao doce sabor amargo de um beijo teu,
roubado, apenas no imaginário.
Deixei-te escapar por entre os dedos e agora?

O que faço sem ti se não sei não te querer?

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Mensagem

"Desculpa,
Eu amo-te mas a verdade é que foi ele quem me cativou.
Trouxe-me o tropeçar no riso e tu apenas o afogar em lágrimas.
Apenas fez algo que tu sempre tiveste medo de fazer : Amou-me de volta.
Mereço mais, muito mais e tu apenas não estiveste à altura de me conseguir.

Até um dia."


Li a mensagem dela escrita na sua caligrafia cuidada.
O choque era demasiado grande para ser posto em palavras.