quinta-feira, 16 de julho de 2009

Samba


Quero um samba. Quero dançar até cair esta noite.
Quero uma balada. Quero apaixonar-me esta noite.
Extremos que se completam, que se unem na formação de algo mágico.
Vou ter-te esta noite, coladinho a mim porque eu não sou banal.
Eu sou serenidade num samba baiano.
Eu sou loucura numa balada.

domingo, 12 de julho de 2009

Passado

"Às vezes pergunto-me se vou conseguir esquecer. E sem querer, sem esperar nem desejar, a tua imagem inunda os meus sonhos e faz-me rebolar na cama à procura da vontade de dormir de novo pois acordo de hora a hora para confirmar a fria realidade.

É nesses momentos que me apetece pegar no telemóvel, ligar-te e perguntar-te o que queres fazer de tarde ou então contar-te que tive um pesadelo e sentir a tua mão invisível a passar pelos meus cabelos.
Era reconfortante ter-te. Ter certezas concretas de que era contigo que eu ia ficar, com quem eu podia contar independentemente das circuntâncias divagantes da nossa vida. Tu eras o meu melhor amigo acima de tudo, o meu rochedo e a minha almofada. - Um combinado, como aqueles que vemos no supermercado.
Evaporaste no silêncio da noite. Acho que é por isso que no fundo nunca saiste de mim e eu em parte ainda te pertenço mesmo sem saberes.
Sei que nunca voltarei para o teu beijo melodioso. Eu estava apaixonada, enamorada por alguém e esse alguém desapareceu como o sol quando cai a escuridão. Ainda revelo paixão, amor mas por um homem que morreu e ainda assim vive. Já não és quem eras e eu nunca poderei amar da mesma forma e com a mesma intensidade alguém diferente.
Não é que não apoie o crescimento e o ganho de maturidade. Acredito na mudança, crescimento mas não na transformação completa eliminadora de uma identidade que te revelava único aos meus olhos.
O teu sorriso timído e o teu olhar meigo que tantas vezes me incendiou agora metamorfizado em indiferença faz-me pensar que talvez deva comprar flores, vestir o meu vestido preto,ir a um funeral, derramar as minhas últimas lágrimas e ultrapassar-te, desejando ainda saber como ser feliz."

quarta-feira, 8 de julho de 2009

01.12.08

[...] "Não sei o que fazer, o que pensar. A minha Lua voou para bem longe e deixou-me no escuro. Como levantar a cabeça e ver toda a massa escura, negra. Medo é o que me assola. De olhar para cima e não ver mais do que o infinito obscuro. Já não sentir o calor, a limpidez da luz da Lua, dançar ao vento com a pessoa certa. Mas quem é a pessoa certa?Será que me deixou sozinha para sempre? Oh! Mas Sempre é uma palavra tão definitiva, e nenhuma verdade é totalmente definitiva.Tenho saudades de amar, amar de verdade.
Ansiar por cada beijo, por cada abraço, cada riso e palavra de carinho. Que turbilhão me assola e eu sem querer voltar a olhar e ver o céu vazio sem a minha Lua.Perdoa-me, meu Anjo, minha Vida. Vem, e volta. Leva-me contigo que me deixas-te aqui sozinha sem nada a que m agarrar.
Não me faças correr mais Lua minha. As minhas pernas já fraquejam e não há mais terra na direcção que sigo. O chão vai fugir por entre a erva, e o abismo aproxima-se.Não me deixes! Não me deixes! - Eu vou gritar bem alto.
E nesse grito, procuro-te mais uma vez e olho o céu pela última vez antes de cair.
E aí vejo, pontos de fogo incandescente. Como é possivel?E paro. Mais um passo e nunca veria aquela maravilha. "O que são?" - pergunto.
E ouço uma voz dizer - "São as Estrelas. Luz permanente. cada gesto Amor Verdadeiro"
"E a minha Lua?"
"A Lua não é mais que o desejo, vai e volta cada noite. Mas não é permanente nem Verdadeiro."
E agora compreendo porque partiste. Não eras mais que uma rocha magoada à procura de conforto. Já não sinto a tua falta, porque me apaixonei pela Luz e não pela escuridão. [...]"

Prisão

Os gatos já não vivem em casotas.

Os peixes já não vivem em aquários,

Nem tão pouco os pássaros sobrevivem em gaiolas.

Eu já não respiro sem AR,

Não amo sem MAR

Não rio sem TERRA.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Romeu

"Entrei e já sabia o que ia acontecer. Não estava, de todo, à espera de um Romeu. O meu coração batia de uma forma tão forte, tão rápida, que a minha respiração tornou-se insuficiente para me manter viva. Eras tu quem eu queria, quem me fazia ter cada arrepio de desejo.
Quando as tuas mãos tocaram os meus lábios eu soube que tinha perdido o jogo. Não havia volta a dar. Não era da suavidade que estava à espera mas sim do desejo avassalador que me mostraste. Não sabia o que fazer. Tornei-me marioneta e deixei-me levar.
Agarraste-me com toda a tua força no mesmo instante em que perdi a minha. Roubaste-a de mim e ainda assim não te censuro.
Beijaste-me com a paixão que não sabia que tinhas, talvez com uma pontada de medo que desconhecia que pudesses sentir. Afinal sempre és humano.
Sonhei contigo, com aquele sentimento que me mantinha viva e tu realizaste esse sonho.
Não foste meigo nem gentil. Não era uma boneca de porcelana para ti, sou uma mulher. Não me deixes fugir."

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Chegada a casa

"Já chego tarde. As sandálias de salto alto são a primeira coisa a sair para não acordar os vizinhos. Depois o casaco. A noite torna-se mais quente a cada dia que passa; ainda sim, não parece Verão.
Deixo o top preto, que me acompanha de vez em quando nestas noites em que me quero sentir mais sexy, a repousar no chão do quarto.
Limpo a parca maquilhagem: só gloss e rímel, nada mais. As calças já se perderam pelo caminho até ao chuveiro.
Penduro o sutian e a tanga no cesto, ligo a água e deixo correr.
Sei o percurso de cada uma das gotas.
Saio depois de vários minutos de mentalização de que o gás está para acabar.
O meu rasto perlonga-se até ao quarto.
Já sequei o cabelo, vesti a camisa de dormir vermelha e deitei-me. Vou sonhar, já nada importa.

Ele deixou-me."