segunda-feira, 8 de junho de 2009

Aulas e romances.

Acabei por não vestir nem uma coisa nem outra.Vi-me presa num sonho patético que, mais uma vez, me ia fazendo perder o autocarro.Já estou farta de aulas.
Por uma razão estúpida só vão acabar dia 19 e nós aqui, desejosos de dias de Verão (mas daqueles solarengos, quentinhos, com sabor a praia, não são estes cheios de chuva molha-tolos e brechas de sol fraquejante).


Já não me lembro da sensação de um Verão assim. O ano passado só queria que as aulas começassem (parece que nunca temos o que queremos no tempo ou espaço certo), e ter alguma coisa com que ocupar a minha cabeça que não fosse ex-namorado e um romance meio esquisito no qual me via tão embrenhada e ao mesmo tempo tão distante. A sensação de dizer "amo-te" a outra pessoa era torturante. Não achava justo comparar sentimentos incomparáveis e enganar-me a mim mesma e aos outros sobre o que verdadeiramente sentia: falta, muita falta de um abraço dele, um carinho, uma brincadeira infantil que muitas vezes, na minha sensibilidade aguçada e exagerada, gerava pequenos conflitos que rapidamente se transformavam em beijos de reconciliação e juras de amor eterno.
Uma palavra complicada : "eterno".

Quase nos faz acreditar que vamos viver para Sempre aquele sentimento cheio de controvérsias tão graves, em que o bom supera o mal e já não existe mais nada a nossa volta que não seja "Eu e Ele". Já não há contos de fadas para as princesas do século XXI. As bruxas e os feitiços são tantos que se torna difícil ver cavaleiros de carne e osso expostos à luz do dia sem a protecção e vigilância constante de quem o agarrou primeiro.

Não tenho essa tendência. Acredito na necessidade de espaço de cada envolvido em todos os tipos de relações. Não há nada mais sofucante que um namorado possessivo. Ou então nada mais desgastante que um desinteressado. Há que existir um balanço, um equilíbrio para que tudo resulte.

Nunca me entreguei a 100% a nenhum dos rapazes com que me envolvi "rotineiramente". Os únicos em que onde não escondi nada foram precisamente aqueles em que o momento era fugaz e não havia a certeza de um próximo beijo.
Jamais esqueci o minha primeira grande paixão. Depois de 5 anos nesta vida de de amores inconcluidos e desenganos, há um Homem que,por muitos que conheça e me que julgue apaixonada, ninguém consegue superar.

O seu beijo foi algo que me aqueceu como o Verão que tanto desejo. Guardo o primeiro como se de uma pedra preciosa se tratasse e não consigo esquecer toda a magia que me envolveu nele nesse momento - não havia maldade, apenas a urgência de tal como eu, encontrar o encanto que ouvimos um dia contar, numa noite junto à fogueira.
Envolveu-me com o seu sorriso característico e no dia seguinte partiu com as lágrimas que partilhávamos. Sabíamos que ia ser para sempre. A ligação era inegável e parecia que tínhamos razão.

Acho que depois de tanto tempo, posso afirmar que registei cada momento como se de uma fotografia se tratasse. O indescritível é a metáfora que nos uniu. Foi química, romance, amizade, desejo – tudo combinado. Foi mais do que qualquer coisa que alguma vez tenha sentido. Foi o único por quem eu verdadeiramente sofri. E não de uma forma banal. Sofro quando não posso dizer tudo o que tenho cá dentro.

Acho que iria fazer muito mais sentido.

Posso dizer que já caminho com ele há mais tempo do que alguma vez sonhei. Parece que foram dias e não anos. O tempo tornou-se relativo a partir do segundo (ou terão sido dias?) de que o meu coração começou a bater num compasso acelerado cada vez que ele estava a meu lado.
Nunca estive assim com outro alguém.
Não acho que se possa sentir tudo isto com mais de uma pessoa – não desta forma em que todo o meu corpo treme quando me tocas no cabelo e me lembras que temos de dar tempo ao tempo. É nisso que acredito. Que um dia vou ser feliz; feliz com ele.
A felicidade pura não poderá existir de outra maneira.
Tudo isto para dizer que sou uma apaixonada. Não da forma normal. Não posso dizer que o amor que sinto por ele é algo que seja concebível. É necessária a lógica do encontro e da presença e essa é a lacuna que nenhum dos dois consegue preencher.

Adiante, deixemos as lamechices e voltemos ao tema inicial:

Acho ridículo a obrigatoriedade de mais duas semanas de aulas, ainda por cima tendo dois feriados esta semana.
Gente louca, esta gente.