sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Wanted

Vens inocentemente, com esse teu ar de menino, com o teu jeito de falsa ingenuidade.
Tu sabes, perfeitamente, que estás louco.

Louco para me tirar a roupa à dentada, ver-me torcer enquanto me mordes a barriga.
Cada centímetro meu, mexe contigo apesar de só poderes ter as mãos onde eu quero, quando eu quero. Deitado na minha cama, quente, menino-homem, sou eu que mando porque quando tu me queres e eu não te quero.

Ainda assim, eu não te conheço. Nada do que é teu me pertence assim como eu pertenço a outra pessoa que, não és tu que agora me beijas as costas, a boca, o pescoço.

Olhas-me de uma forma sem sentido, cheia de malícia mas simultâneamente parece-me até carinho ou respeito. Não me perguntes porquê, contudo sinto que tu conheces a verdade que me trazes. A tua vontade torna-se minha. És tu que mandas porque quando eu te quero, tu não me queres.

O desejo é bilateral. Tu consumes-me, eu consumo-te .

Na minha cama onde só tu estivestes, onde percorreste, aqueceste, devoraste o meu corpo num tempo em que nos deixámos ir- Aí? Aí, ninguém mandou.