segunda-feira, 5 de abril de 2010

Pessoas de palavras

Deixei-me levar. A minha boca dizia um "não" tremido mas os corpos diziam o "sim" manifesto.
Queria fazer-te pedir por mim, implorar pelas minhas mãos e boca mas as curvas escorregavam por entre os teus dedos, esses quebradores de regras que não param quietos, que insistem em conhecer-me e reconhecer-me como se o tempo e a distância não fossem obstáculos.

Recomeçamos sempre de um ponto final efémero tornando-o no começo de mais um dia, de mais umas horas de amor intranquilo e simultâneamente o mais pacífico que vivi. Sabemos romper com o auto-controlo, desfazê-lo, cortá-lo em pedacinhos e deitá-lo fora porque, sinceramente, não encontramos qualquer utilidade em sufocar o desejo que vem do âmago mais profundo, provoca a nossa libido a níveis extremos mesmo com um beijo doce, intemporal.

Mil vezes te disse que sou uma pessoa de palavras e cada vez me apercebo mais que tu és uma pessoa de acções. Fazes-me as vontades, mimas-me e habituas-me mal. Mas sinto que é tudo espontâneo, sem esperar nada em troca e aquilo que mais provocas é uma vontade enorme de te retribuir e mostrar-te o quanto és importante para mim. Fazer-te ver que, por seres uma pessoa de gestos, as tuas palavras soam mil vezes melhor.

Marcas o meu corpo e a minha alma, todos os dias sem excepção, mesmo quando não estou contigo.
Riu como uma criança, brinco, assusto-me com facilidade. Ás vezes, faço até birra só para ter mais um dos nossos beijos ou apenas para estar contigo mais cinco minutos.São ilimitadas as sensações que me provocas porque tu vês coisas que eu não vejo no espelho.

Despertas o melhor de mim e hoje tenho a certeza de que é simples: Amo-te.