sexta-feira, 30 de maio de 2014


o Sempre sonhei com o príncipe encantado.

o Sempre sonhei que o Amor ia bater à porta e ficar para sempre,

o Sempre sonhei num beijo mais que perfeito,

o Num carinho intenso,

o Numa lágrima apagada,

o Num sorriso apaixonado

Mas os meus sonhos foram-se desvanecendo a medida que o tempo passava.

As muralhas que suportavam o meu sonho foram desmoronadas.

As palavras meigas rapidamente se tornaram em punhais afiados,

E tudo parecia tão distante que já não acreditava no Amor.

o Parecia tudo tão falso que não queria acreditar.

o Procurei um amor falso. Uma simples ilusão que me fez crescer, sofrer, e derramar as lágrimas que há tanto tempo escondia; lágrimas de luto de um Sonho desfeito.


o Nunca pensei numa nova oportunidade. Fechei-me dentro da minha torre no meio do oceano turbulento e frio. A escuridão mantinha-se por dentro mas por fora sempre fui a mesma para aqueles que sempre me amaram.

o Coisa feia mentir a nós próprios. É feio. Muito feio.


o Até que um dia te encontrei. Sorriso meigo e tímido. Olhar inquieto que me puxava para ti. Olhar que ainda me puxa para ti.

o Fizeste me ver as cores e esquecer o passado. Fizeste com que o Sonho despertasse e voltasse a correr pela casa, quebrando copos e jarras mas rindo de felicidade.

o Um mundo feliz.


o Mas parecia que as coisas feias ainda não me tinham abandonado. E fiz coisas feias, horríveis! Nunca me perdoarei pelas lágrimas que um dia te fiz chorar. Lágrimas que um dia critiquei por já terem escorrido o meu rosto.


o Desculpa-me por tudo Amor. Esqueci-me do que era importante.


o Mas tu (só tu) tiveste a bondade de me levar contigo de novo. Levar-me para um sítio em que nunca tinha estado antes! Um sitio que pude chamar de meu. Nosso.


o Amo-te porque mais ninguém foi capaz de ver o que eu sou na realidade. Amo-te porque me compreendes e me fazes ver que estava errada. Amo-te pelo simples facto de seres tu o meu príncipe encantado que me salvou das garras dum mar tenebroso e cinzento e me fez ver de novo as mil cores da Vida.

domingo, 25 de julho de 2010

Sentidos

Apaguei todas as luzes. Acendi uma vela. A noite estava quente. Procurei-te. Não te encontrei.
Tento lembrar-me de onde ficaste e a razão pela qual não estás agora aqui, a partilhar a noite de Verão a partir da janela no meu quarto, aberta que deixa entrar os sons das luzes citadinas, o murmurar das casas, os suspiros de mais um dia terminado e o desejo de férias.

Quero saber porque não estás aqui a passar as mãos no meu cabelo semi-comprido/semi-longo a dizer que me amas ao sabor da cera derretida.

Eu conheço o teu sorriso e o teu olhar. Nem preciso estar com os olhos abertos para te sentir a percorrer as linhas do meu corpo - fecho os olhos.
Consigo saborear a tua pele assim que me concentro e sinto apenas o calor de uma vela que quase se apaga graças à brisa que corre lá fora e que é cortada pelos automóveis e motos que ouço ao longe.


Tenho um nó no estomâgo de nome Saudade. Aperta até ficar um nó bem grosso como os que fazia quando era criança para os atacadores não se desatarem. Ainda tenho algo de criança em mim. De miúda tola também.


Abro os olhos. Será que fiz asneira?, que cometi um erro?, que disse algo que não devia? Eu só queria um minuto contigo para te beijar e te pedir desculpa. Ainda que o amor não precise de arrependimentos, só de certezas.

Mas eu não sou assim. Eu sofro por saber que o que eu faço pode-te magoar e eu nem sei como resolver. Magouo-me quando deixas que o sentimento negativo te coma por dentro e tu não queres abrir-te comigo e explicar-me o que se passa. Ás vezes preferia que gritasses e pusesses tudo cá para fora a manteres os rodeios e as incertezas.


Eu tenho por ti um sentimento que nunca senti na minha vida. Algo que não tem qualquer tipo de comparação. Um romance inédito, protótipo, único. Daria a vida, a cidade, a noite e a luz se isso garantir a minha vida inteira contigo mas sei que não preciso porque, no fundo, tu sabes que me ensinas a crescer todos os dias, nos bons e nos não tão bons, quando estamos longe ou perto, em andares diferentes ou a passear abraçados e é por isso que tu perdoas, desculpas e deixas passar sabendo que eu vou melhorar - por mim mas também por nós.


Obrigada por me amares todos os dias. Agora sei que estás sempre aqui comigo, dentro do coração que fazes ficar cheiinho, completo, feliz.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

astronauta

Sempre admirei os homens das estrelas, planetas e cometas. A capacidade de serem mais que homens comuns e conseguirem dar um passo maior que eles próprios em prol de algo superior. A humildade e a entrega a projectos que superam os sonhos dos mais audazes.
Um dia também vou ser astronauta, mas de livros, poder saltar num fato especial frase a frase, de selvas de zebras para cidades plantadas para arranha-céus num virar de página consumido pela vontade de querer saber como vai acabar essa história que ainda não terminei de escrever.

Mas preciso de ti aqui: não para me ajudares a desenhar as letras perfeitinhas, soletrar correctamente, usar os termos certos - embora às vezes precise porque a minha letra é uma desgraça! - mas para me inspirares porque, tu, nesse teu fato invisível de astronauta levas-me em voos mais altos e a lugares mais longíquos onde a imaginação nunca tinha estado.
Vivemos numa descolagem constante - a contagem é para àqueles que necessitam de preparação e não de acção - e temos a adrenalina a correr no corpo quando as nossas bocas se tocam, as nossas linguas se enrolam e o tempo já parou no momento em que o nosso olhar se fixou um no outro e as estrelas pareceram um limite amador para nós.

domingo, 20 de junho de 2010

sorte

És o meu amuleto da sorte - o único que funciona. Afastas as coisas más do meu campo de gravidade, tornas as lágrimas uma coisas sem sentido e a cada dia que passa estamos a aproximar-nos mais ainda, como imanes que são o inverso um do outro e, ao mesmo tempo, os mais semelhantes.
Apagas as minhas cicatrizes e as páginas de um esboço de vida incompleto e reescreves, com nossas próprias palavras e gestos de carinho, um verdadeiro romance.
Eu quero viver numa casa com cadeiras de baloiço na varanda e deixar a vida passar porque podemos viver bem com um salário mínimo pois temos um segredo para nos manter de mão dada, ainda que a trovoada não queira passar e o vento seja mais assustador que os teus filmes de terror.


Façamos as malas e vamos fixar-nos onde as árvores crescem altas e fortes como castelos, lagos como gelo polar - não os troco por nada neste Mundo, se estiveres comigo.

domingo, 6 de junho de 2010

dream

Parecia um sonho ter-te ali,

nos meus braços, onde hoje pertences,
adormecido, com um sorriso nos lábios.
São inúmeras as constatações da realidade:
Um "sim" sem reservas, sem hesitações e
cheio de segurança infinita
Uma garantia de que é tudo verdadeiro e possível.
contigo.

Fazes-me sentir uma mulher,
daquelas que sabem
fazer ovos mexidos pela manhã,
recebem carinhos nas costas
e que, sem medo, dizem "Amo-te"

entre um beijo que parece nunca ter fim.