Esta época do ano não significava muito para ela desde que a sua família se havia desmoronado e, no entanto, aquele som natalício comercial fazia-a sempre dançar à volta da árvore cuidadosamente enfeitada.
Este ano ela pensava nele, na vontade que tinha de o abraçar, de o beijar, de lhe dizer o quanto ele significava. Mas estava condicionada pela atitude dele. A sua inconstante presença e vontade de estar com ela destruiam-na.
Não queria um amigo como todos os outros que sentiam a sua falta, pensavam muito nela e a amizade era o ponto de partida e chegada.
Ela queria um Homem, com quem pudesse contar, partilhar, rir, dividir sonhos e objectivos para o ano seguinte. Alguém que a fizesse sentir amada como uma mulher e não como uma irmã.
Disso estava ela farta, não era essa a prenda que queria.
'Chega.' - pensou enquanto pendurava o último enfeite, - 'Sou melhor que isto. Se ele não sabe o que tem nas mãos, então não merece o que sinto.'
Terminou o seu eggnog, olhou pela janela e adormeceu vendo a neve cair.