Os passos eram como os de uma criança.
Pequenos, solenes, marcados.
Tomara as suas próprias decisões.
Dera-lhe o seu coração mas ele não o guardou.
"Não faz mal"- pensava ela, secretamente -
"De qualquer forma não o faria feliz:
Não lhe traria luz aos dias;
Não o faria corar;
Não lhe traria o pequeno-almoço à cama;
Não o beijaria com paixão;
Não lhe lhe diria que seria para sempre;
Não dançaria com ele à chuva;
Não vestiria aquele vestido por ele;
Não dormiria abraçada a ele.
Pelo menos não todos os dias.
Ter-lhe-ia dado o tempo, o espaço.
Ter-lhe-ia dado as saudades e a reconciliação.
Mas quem escolhe é quem não ama.
Porque quem ama não têm escolha,
Apenas vive porque vive a amar.