terça-feira, 23 de março de 2010

Vicio

Umas vezes paro, outras penso, outras paro e penso.
De todas as vezes que penso tenho-te comigo.
Vagueias no meu pensamento sem amarras e
ainda assim parece tudo tão certo.

Quando me olhas, como um menino, como se fosse a
primeira vez e os teus olhos brilham como se
tivesses a certeza de que um dia vou ser a tua mulher.

O meu cabelo meio longo, suave ao toque
já se cruzou inúmeras vezes com as tuas mãos
tão viciadas em mim. como as minhas estão de ti.

Acho que é isso, viciados é como estamos,
como a nicotina que nos prende ao cigarro da tarde
E eu quero que venhas para junto de mim,

passeies de mão dada comigo, sem medo do mundo.
Dá-me o teu abraço porque é por ele que corro,
dá-me a tua boca que é nela que me vicio.

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"Vem quebrar o medo, vem
Saber se há depois
E sentir que somos dois,
Mas que juntos somos mais
Quero ser razão para seres maior
Quero te oferecer o meu melhor"
Canção Simples, Tiago Bettencourt

segunda-feira, 15 de março de 2010

D

"(...) É como viver aquela sensação de andar descalço na areia fria, um vicio meu desde criança - sentir o granulado incomodamente feliz, indêntica tua barba que roça as costas da minha mão, enquanto as beijas e as mordes e brincas com elas. É tão bom ver-te e sentir-te. Ter o calor da tua boca entre os nós dos meus dedos, divertido, como se já soubesses o que nos esperava.

Relembro o quanto era bom, sermos menino e menina e não homem e mulher - o perfeito em nós é o facto de conseguirmos ser ambos simultâneamente.
Enrolados na mesma cama, só teu calor me basta apesar estar sol lá fora.
Mas nós hoje somos dois morceguinhos, fechados na gruta de janelas corridas

E quando finalmente ganhamos coragem - "It's all so quiet...Shh, shh.", parece que a Bjork acertou nas nossas mentes ao mesmo tempo, mas foi tão natural que nem notámos que o tempo passava, que eram as últimas horas da semana que passávamos juntos.

(,,,) Quando finalmente pensei no que nos tinha acontecido, descobri que tinha uma calçada cheia de desejos, cheia de ti. A cada passo, dou-te um pouqinho de mim.
A verdade é que tu nunca foste, mas sempre estiveste. E porque não, se és tu quem me faz feliz?"

segunda-feira, 8 de março de 2010

Sereia, mulher e amante

É um amanhecer para a vida quando se beija alguém para primeira vez.
Alguns dias nascem cinzentos, mortos e apáticos.
Outros trazem a luz do Sol, o calor e a chama.

Tornamo-nos leve e nadamos ao som das línguas que parecem ter o ritmo das ondas, regulares, agri-doces e de vez em vez, são, em apenas um rebolar, um as brincar de crianças, um mar bravo feito corpo ou espírito.
A respiração, ofegante ou serena, que me elevam a um estado de paz interior como se pudesse ouvir o som de mil búzios ecoando, sentindo cada vibração passar pelo meu corpo suave, queimado pelo sol, brilhando - como a água - em antítese com a tua boca tão rude e áspera e masculina - como areia.
Os mil e um centímetros da minha pele chegam para que, numa única viagem, ainda que experiente marinheiro, te percas e te encontres, perseguindo um canto de sereia tornado real ainda que não na voz mas sim nos meus lábios, na harmonia da curva das minhas costas, no ritmo dos meus ombros fortes e na melodia do meu decote entre a lingerie que tem a cor de um pôr-do sol eterno.
Podes até trazer a chuva e fazer-me beijar-te por entre lágrimas de tristeza, de desejo ou felicidade. Podes até ancorar-te em mim, ser eu o teu cais, o teu farol. Torna-me essencial à tua construção.
Mas beija-me, traz contigo o sabor das tardes passadas na areia mesmo que apenas em pensamento. Traz o teu sabor a praia, a água, a sol, a ar, a concha.

Deixa-me ser tua. Dar-me a ti. Ser o teu porto de abrigo e a tua aventura.
Sereia, mulher e amante. Mais do que música, mais que amor, mais que desejo.
Estou a beijar-te mesmo que a imaginação me traia e me diga que tu não és real, não passas de um espectro concebido pela minha mente para que eu me mantenha tão ocupada que não veja o que é verdadeiro.

domingo, 7 de março de 2010

Dearly, truly.

Sometimes I go out, all by myself, and I think of all the things and in my head I paint a portrait of us.

Since I 've got home, my head's been a total mess, and I miss you, your hug, your hair and even the way you like to dress.

I feel, well deep inside, that you won't leave my body or my heart. You warm me up when you dance with me or when you give me that look that shows me how much I mean to you.

You're the one who never let's me down, who is there for me inconditionally.
You're the truest prince charming I ever known.

I love you,
dearly, truly.
You'll be the right between the wrong, always.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sem emoções

Por favor não digas o que estás prestes a dizer
Não me faças perguntas às quais já tens respostas
Tu não és o meu homem.
Eu não estou a tentar ser a tua mulher.
Querido, desculpa mas não és o único.
Pára de agir como se fosses tal.
Nós tinhamos um acordo;
Então porque estás a agir assim?

Nós acordámos: Sem emoções.
Não te apaixones por mim!
Eu não sou aquela que procuras
Nós definimos: Sem compromisso!

Olha, eu só te vou magoar!
Por favor, por favor, não me agarres!
Por isto é que eu não queria começar nada!
É só corpo: Bebé, não dá para mais.

Isto é só diversão.
Sem emoções
Não te apaixones,
Só vai estragar tudo.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Corpo e mente.

Devia ser tão fácil como saltar e levantar os pés do chão.
Uma mulher, um homem. Corpo, mente, mente, corpo.
Sem compromissos ou promessas, sem história ou passado.

Só eu e ele. Sem manhas ou sentimentos fruto da loucura
dos apaixonados.Com ele só o físico, o toque, o presente.
Corpo colado ao corpo; Mente longe da mente.

E porque não? Se o riso for parte do todo, se mexer com
todos os músculos e sentidos, é físico, não é?
Faz parte da boca, da barriga, dos olhos, do sentir.

E é tão fácil rir contigo, partilhar-me contigo ainda que
o meu corpo não seja teu e a minha mente nunca seja.
É tão fácil e faz-me tão bem, dá-me paz, tranquilidade.

Contigo, ponho as vírgulas, as exclamações - tens isso.
Possuis essa parte de mim. Nunca os pontos finais.
Para terminar tem de começar e nós saltamos;

e levantamos os pés do chão, como as crianças no jardim
Escapamos para os capítulos do climax, do respeito,
Quisemos a parte da história que é feliz.

E porque não? Queremos corpo e não a mente.
Aqui, ali, na cama, no colo, no chão, no ar.
No físico tornado emocional sem deixar de ser corpo.

Apenas corpo, apenas saltar e tirar os pés do chão
Deixar a mente pendurada no cabide; O coração?´
Levo-o comigo para lembrar ao corpo do que a mente não controla.