Corri as cortinas, tranquei as portadas.
A chave? Lancei-a no final da história, no poço profundo como o da "Alice no País das Maravilhas" e ela caiu...
caiu...
caiu...
e nunca deixou de parar de cair porque tu não deixavas de escavar, escavar, escavar.
Também não a quero - só me trouxe falsas esperanças.
Tenho a casa fechada. Ninguém sai e ninguém (mais) entra.
Muito menos tu.
Expulsei-te, devolve-me o que é meu.
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No entanto, percorrendo os quartos, encontro o teu perfume vagabundo, escondido nos livros, na cama e na roupa que não levaste.
Visto uma das tuas camisas.
O vento bate nas janelas, forçando-as a abrir.
Dispo-me. Dispo-me de ti (como de todas as outras vezes).
A ventania dá então lugar à brisa - há agora calma lá fora.
Cansei de te sentir. Fazes-me bem e mal. És Sol e trovoada.
Quero a casa fechada. Ainda está a chover e eu não quero mais estragos.
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