segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Persistência - (II)

"(...) Percorreste cada centímetro com os teus olhos, sonhaste ter a tua boca no meu pescoço e nunca mais dali sair. Quiseste abraçar-me, passar as mãos pelo meu corpo, as minhas curvas que tantas vezes te atraíram.
Eu sentia-me bonita naquela noite. Tu fizeste-me sentir desejada.

Não escondeste a tua vontade e, quando os teus dedos me tocaram na pele, olhastes-me como se eu fosse pecado. Desafiaste-me e sabes bem que eu não resisto a uma provocação. Insolentemente, encostaste o meu corpo ao meu, puxaste-me para ti.
No meu pensamento, o sabor imaginário da tua boca. Todos os meus sentidos captavam cada um os teus gestos, independentes mas subordinados aos meus movimentos.
Sabes que eu mexo contigo.
Sabes que eu não sou mais uma.
Acho que é isso que te atrofia, que te definha, que te confunde.
Eu atraí as tuas qualidades e nem sequer pensei no possível negativo.
Senti o calor da tua língua na minha graças à minha cedência e a tua persistência
Levaste-me contigo, arrastada confortavelmente no nosso embalo.
O tempo corria e só os nossos beijos roubados o faziam abrandar, ganhar folêgo para, de seguida, nos afastarmos e procurarmos de novo, como uma música sem compasso constante. (...)"

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